quarta-feira, 9 de novembro de 2011

...arte poética



O Pensador é a principal obra do escultor francês Auguste Rodin. A obra original, em bronze, foi criada em tamanho reduzido em 1880, mas em 1904 Rodin decidiu ampliá-la para 1,80 m. A intenção inicial era representar Dante em frente dos portões do Inferno. Posteriormente, Rodin autorizou a produção de vinte réplicas da escultura.

O rigor técnico e a monumentalidade da obra são notáveis. Tecnicamente exprime a admiração que Rodin nutria por Miguel Ângelo. O próprio nu é entendido como um elemento de influência daquele gênio do Renascimento.

Numa breve reflexão sobre o significado desta obra, é impossível escapar à pergunta: em que pensa o pensador? Aquela imagem de meditação profunda, aquela atitude de introspecção meditativa não apela, a meu ver, para o simples acto de raciocínio.

Talvez ele pense na natureza dos próprios pensamentos. Porque pensar é também um acto que advém da alma e não apenas da inteligência. Na verdade, pensar é muito mais que raciocinar. O cérebro pode escravizar e alienar o ser humano, tanto quanto a sua dimensão física.

Aquele que pensa eleva-se a um patamar muito acima do mundo físico e mesmo intelectual.

O pensador de Rodin está no extremo oposto ao homem físico, ao homem-músculo, primitivo e banal que vive no mundo vegetal da força bruta. No entanto, o Pensador eleva-se, ainda, acima do homem que pondera e calcula. Ele entrou no domínio da alma, o maior dos universos. Para lá do físico, para lá do cérebro está a alma, o espírito, a dimensão maior do Humano. O pensador de Rodin pensa e sente; talvez chore e ria; talvez o faça apenas dirigindo-se ao seu próprio interior. Porque a nudez do corpo nada diz sobre a imensidão do seu íntimo. A nudez exprime a dimensão estética; a reflexão explora toda a dimensão da alma.

Talvez hoje, mais de um século passado sobre a obra de Rodin, seja necessário pensar um pouco mais na inutilidade da dimensão física e na escravidão do raciocínio. Talvez o convite deste pensador seja o retorno ao universo imenso e encantador da alma; onde a poesia e a arte preenchem a espírito; onde o sentido da vida se resume ao verdadeiro sentir, ao mundo encantado mas profundamente humano das emoções e dos sentimentos; ao universo infinito onde se encontra a alegria, o amor e a felicidade.

Texto de Zeus



Os 25 Pensadores Monumentais e a Fundição
Um ano antes de morrer, em 1916, Rodin legou ao Estado o conjunto de sua obra e os direitos de reprodução - em disposições que não incluem nenhuma cláusula, limite ou condição, ou sequer uma recomendação. Durante a vida, aliás, Rodin permitiu reproduções sem controle de diversas obras como a espetacular O Beijo, por exemplo (algumas outras tiveram exclusividade exigida por compradores e o gesso original destruído).

Ao final da Segunda Guerra o Museu Rodin (depositário das obras do escultor desde 1908 e aberto ao público em 1919) interferiu decisivamente nesse processo e o regularizou. As esculturas de bronze se pautam hoje pelo decreto de 1981 que distingue edições originais de tiragens posteriores. E embora a obra de Rodin tenha caído em domínio público em 1982, o Museu se reserva o direito de avalizar a obra, sendo um caso especialíssimo o do Pensador Monumental.

Os 25 exemplares do pensador existentes no mundo - única tiragem final - foram feitos a partir do modelo de gesso de goma laqueado de Eugène Rudier, fundidor de Rodin a partir de 1902 e fundidor exclusivo do Museu Rodin até sua morte, em 1952. Sua localização no mundo está na lista a seguir.

Localização de O Pensador
França
1. Paris - Museu Rodin - Cópia exibida em frente ao Panthéon de 1906 a 1922 - Fundição A. Rudier
2. Meudon - Túmulo de Rodin e de sua esposa, Rose Beuret - Fundição A . Rudier
Bélgica
3. Laeken - Palácio Real - Fundição A. Rudier
Dinamarca
4. Copenhague - Ny Carlsberg Glyptotck - Fundição A. Rudier 
Alemanha
5. Bielefeld - Kunsthalle - Fundição G. Rudier 
Rússia
6. Moscou - Pushkin Museum of Fine Arts - Fundição A. Rudier 
Suécia
7. Estocolmo - Prins Eugens - Waldermarsudde - Fundição Hébrard 
Estados Unidos
8. Baltimore - Museu de Arte de Baltimore - Fundição A. Rudier 
9. Cleveland - Museu de Arte de Cleveland - Fundição A. Rudier 
10. Detroit - Instituto de Arte de Detroit - Fundição A. Rudier 
11. Louisville - Universidade de Louisville - Fundição Hébrard 
12. Nova York - Universidade de Columbia - Fundição A. Rudier 
13. Nova York - Centro de Escultura B. Gerald Cantor - Fundição G. Rudier 
14. Pasadena - Museu Norton Simon - Fundição G. Rudier 
15. Filadélfia - Museu Rodin da Filadélfia - Fundição A .Rudier 
16. São Francisco - Palácio da Legião de Honra da Califórnia - Fundição A. Rudier 
Argentina
17. Buenos Aires - Plaza Del Congresso - Fundição A . Rudier 
Japão
18. Kioto - Museu Nacional - Fundição A. Rudier 
19. Nagóia - Museu da Cidade -Fundição G. Rudier 
20. Shizuoka - Museu Regional- Fundição G. Rudier 
21. Tóquio - Museu Nacional de Arte Ocidental - Fundição A. Rudier

estão faltando, não?

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