Lembro de tardes preguiçosas,
do vento fresco da montanha
espantando o calor do meio-dia.
Lembro dos cafés da tarde,
dos doces e conversas infinitas.
Lembro das noites sem programação,
das cartas, moedas, discos antigos,
relíquias que guardo escondidas.
Lembro de sempre me sentir em casa,
mesmo estando sempre sozinha.
Lembro de ter um colo pra chorar
sem precisar explicar o motivo.
E me lembro de todos os problemas,
quantos problemas, de todos os lados.
Mas tive todo o apoio do mundo,
todo o orgulho, toda confiança.
Parece ontem que perdi o chão,
mas hoje estou aqui de pé,
os anos correram sem avisar.
O tempo apressado roubou
expressões, cheiros, jeitos.
Ficaram somente momentos,
alguns pedacinhos de tempo,
de vida com os que já partiram